Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo caída num paul.
O navio que passou além da barra já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos [portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje [o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos podem negar.
Hoje é o dia de amanhã. (Fernando Namora)